Anvisa proíbe 3 emagrecedores e restringe venda da sibutramina

Una - BA 05 de outubro de 2011


Anvisa proíbe 3 emagrecedores e restringe venda da sibutramina
Os derivados de anfetamina - anfepramona, femproporex e mazindol – que também atuam no sistema nervoso central inibindo o apetite serão retirados do mercado.



Medidas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária anunciadas nesta terça-feira (4) mexem com a vida de quem enfrenta problemas de peso. A Anvisa proibiu a venda de três substâncias usadas no tratamento da obesidade. E impôs mais restrições ao comércio da sibutramina.


O Brasil é um grande consumidor de remédios para emagrecer. Entre eles, a sibutramina, que atua no sistema nervoso central e traz sensação de saciedade. Segundo a Anvisa, mais da metade de toda a sibutramina produzida no mundo é consumida por brasileiros.


O uso tem de ser acompanhado por um médico. A vendedora Márcia de Carvalho Chagas já se tratou com a sustância. “Eu tomei a sibutramina e senti dor de cabeça, vômito, palpitação no coração e fui parar no hospital. Aí voltei na médica e ela trocou o medicamento”, conta.


Desde o ano passado os emagrecedores só podem ser comprados com um formulário especial, que exige identificação do médico e do paciente.


A Anvisa vem promovendo debates sobre o uso da sibutramina desde que a Europa proibiu a venda da substância, no ano passado. E hoje, anunciou mais uma restrição. Em 30 dias, médico e paciente terão de assinar um termo de consentimento quanto ao uso do remédio. E o médico terá que informar a Anvisa qualquer problema que venha a ocorrer.


“O que interessa pra gente é ter controle e monitorar o uso agora da sibutramina durante 12 meses no Brasil e evitar que pessoas estejam expostas a produtos que não tenham eficácia e segurança comprovada”, aponta o presidente da Anvisa Dirceu Barbano.


Mas outras três substâncias serão retiradas do mercado. São derivados de anfetamina - anfepramona, femproporex e mazindol. Também atuam no sistema nervoso central inibindo o apetite.


Segundo o relatório da Anvisa, não há comprovação científica da eficácia e segurança desses três emagrecedores. Esses medicamentos são vendidos no Brasil há mais de 30 anos. E as farmácias terão 60 dias para tirá-los das prateleiras.


A medida não foi bem recebida pelos médicos. “Aproximadamente 16 milhões de pacientes estão fazendo uso dessas três substâncias que acabaram de ser proibidas. E não existe substituto para essas três substâncias. Eu pergunto: como é que vão ficar esses pacientes?”, diz Paulo Giorelli, da Associação Brasileira de Nutrologia.


Para a Sociedade Brasileira de Endocrinologia, a proibição é uma interferência na conduta médica.


“A gente vai estar perdendo arsenal para uma das causas principais do diabetes, da hipertensão, que é a obesidade. A nossa impressão é que o benefício, quando bem indicado, ainda supera os supostos malefícios que eles poderiam causar”, aponta Neuton Dornelas Gomes, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia.


O Conselho Federal de Medicina se posicionou contra a proibição das três anfetaminas - e anunciou que irá à Justiça.

Um comentário:

  1. Marcia Pinheiro e Cris Silva5 de outubro de 2011 às 08:36

    tivemos o prazer de conhecer a sede federal da Anvisa em Brasília, onde participamos de uma capicitação (Educanvisa)e reconhecemos a importancia desta a matéria no qual não a anvisa não reconhece os valores fitoterapticos exatos dessa substancia!
    parabéns pela matéria!
    É a Anvisa trabalhando para oferecer ao brasileiro uma qualidade de vida cada vez melhor!

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